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Tem como ser CLT e PJ ao mesmo tempo? Veja regras e como funcionam ambos os regimes

Muitas pessoas que trabalham em um emprego também sonham em empreender para aumentar sua renda. Daí, surge a dúvida se podem ser CLT e PJ ao mesmo tempo.

No cenário econômico atual, cada vez mais trabalhadores percebem que depender exclusivamente do salário já não basta para garantir estabilidade financeira. O custo de vida aumenta, as despesas se multiplicam e, consequentemente, surge a necessidade de empreender.

Ou seja, surge o momento de buscar outras formas de renda, mesmo quando se mantém um vínculo formal. Essa realidade reforça a importância de compreender os diferentes regimes de trabalho, já que escolher entre atuar como CLT ou como PJ pode impactar diretamente os ganhos mensais.

Dessa forma, analisar prós e contras antes de tomar qualquer decisão se tornou essencial. Afinal, o mercado exige flexibilidade e conhecimento para equilibrar a segurança profissional com a busca por autonomia financeira.

Pensando em abrir uma empresa e continuar trabalhando como CLT? Veja se é possível.
Pensando em abrir uma empresa e continuar trabalhando como CLT? Veja se é possível. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / procred360.com.br

Afinal, quais as diferenças entre ser CLT e ser PJ?

Antes de tomar qualquer decisão, o trabalhador precisa entender o que significa estar registrado como CLT e o que envolve atuar como PJ. O regime CLT, sigla para Consolidação das Leis do Trabalho, garante vínculo empregatício formal e assegura direitos como férias, décimo terceiro salário e FGTS.

Já o regime PJ, ou Pessoa Jurídica, representa a possibilidade de trabalhar como empresa, emitindo notas fiscais e negociando contratos sem a proteção da legislação trabalhista. Para esclarecer melhor, veja a seguir as diferenças principais entre os dois formatos:

  • CLT: garante férias remuneradas acrescidas de um terço, décimo terceiro salário, depósitos mensais de FGTS, seguro-desemprego em caso de demissão sem justa causa, aviso-prévio proporcional, horas extras com adicional mínimo de 50% e cobertura previdenciária. Além disso, muitos empregadores oferecem benefícios como plano de saúde, vale-refeição e seguro de vida, que complementam a remuneração mensal.
  • PJ: oferece maior liberdade contratual, possibilidade de negociar valores diretamente, flexibilidade para atender diversas empresas ao mesmo tempo e, em alguns casos, ganhos líquidos mais elevados. Também existe a chance de optar por regimes tributários simplificados, como o Simples Nacional, que podem reduzir a carga de impostos. Entretanto, o profissional precisa arcar sozinho com previdência, férias, décimo terceiro, plano de saúde e demais custos.

Portanto, enquanto o regime CLT assegura proteção jurídica e previsibilidade financeira, o modelo PJ proporciona autonomia, mas exige disciplina para administrar recursos e garantir estabilidade a longo prazo.

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Tem como ser CLT e PJ ao mesmo tempo?

Muitos profissionais se perguntam se é possível atuar simultaneamente como CLT e como PJ. A resposta é sim, desde que não exista cláusula contratual de exclusividade no vínculo celetista. Nesse caso, o trabalhador pode manter um emprego formal e prestar serviços como empresa para outras organizações.

No entanto, conciliar as duas modalidades exige atenção a diferentes pontos. Em primeiro lugar, é preciso verificar se o contrato CLT impõe restrições sobre atividades paralelas. Além disso, a carga horária do emprego formal não pode prejudicar o desempenho como PJ.

Organizar bem o tempo, definir prioridades e respeitar prazos tornam-se atitudes fundamentais para evitar sobrecarga ou até conflitos de interesse. Outro aspecto importante envolve os tributos. O trabalhador que acumula renda como CLT e PJ deve cumprir corretamente suas obrigações fiscais.

Dessa forma, consegue manter a regularidade junto à Receita Federal e evita problemas legais. Assim, embora seja possível acumular as duas modalidades, essa escolha exige planejamento, disciplina e atenção redobrada à gestão financeira.

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Corro risco de perder direitos trabalhistas?

Ao analisar as diferenças entre os regimes, surge uma dúvida frequente: o trabalhador que atua como CLT e decide também abrir uma PJ pode perder direitos? A resposta é não, desde que a empresa registrada em seu nome não esteja vinculada ao empregador atual.

Os direitos garantidos pela Consolidação das Leis do Trabalho continuam valendo enquanto houver vínculo formal ativo, independentemente de atividades paralelas. Entretanto, o risco existe quando a empresa utiliza a abertura de CNPJ para contratar o mesmo funcionário que antes era CLT.

Esse tipo de prática, conhecido como pejotização, tenta mascarar o vínculo empregatício e retirar obrigações trabalhistas. Nesse caso, o trabalhador perde benefícios como FGTS, férias e décimo terceiro, ficando em situação vulnerável.

Além disso, o profissional que decide atuar nas duas modalidades deve lembrar que, mesmo garantindo seus direitos celetistas, precisa planejar reservas financeiras para situações de instabilidade como autônomo.

Afinal, a segurança que a CLT oferece não se estende automaticamente ao trabalho como PJ. Logo, adotar uma postura consciente, calcular custos e manter disciplina com finanças são passos fundamentais para equilibrar as duas realidades sem abrir mão da proteção trabalhista.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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